Talvez o que escreva não interesse a ninguém, mas senti-me no dever, já que o face tem o seu alcance. Se tiver paciência e alguns minutos, caro amigo, acompanhe-me. Depois sinta-se livre para refutar, caso deseje.
Imagine-se tranquilo em sua casa, com sua família, curtindo uma vida feliz e pacífica. Subitamente toma conhecimento de que uma força estranha se aproxima para destruir selvagemente e sem piedade tudo o que você conhece e ama. Você e seu(s) filho(s) serão mortos, não antes de serem cruelmente torturados; sua esposa e filha(s) violentadas, e depois mortas. Sua casa destruída. As opções de fuga são nulas, pois o ataque é iminente.
Suas opções:
a) Esperar para morrer.
b) Mandar uma mensagem amável à horda agressora, lembrando-lhe das virtudes da paz, da tolerância e da concórdia. Afinal, você é um pacifista e crê no melhor do ser humano.
c) Tentar um diálogo político, entabulando negociações extensas e complexas com a força destruidora, tentando dissuadi-la, mas você não é político. Além do mais, o ataque é súbito, injustificado e já começou. Sem negociação.
d) Defender-se sozinho. Contudo, você é um cidadão “comum”, sem nunca antes ter agredido ou sido agredido. A horda invasora conta-se aos milhares e dispõe de armas pesadas. Você de garfos, facas, colheres de pau, e talvez, uma única arma, que nunca usou, apenas exibiu para os amigos.
e) Apelar para aqueles homens e mulheres que dedicam a vida a se preparar profissionalmente para uma situação como esta (mesmo que ela nunca ocorra), e que dispõem do treinamento e dos meios necessários para dissuadir, quando não neutralizar, um ataque como este, salvando você, sua família e seus bens. Homens e mulheres que dedicam a vida à proteção do outro, mesmo que não reconhecidos e mesmo aviltados (como ocorreu em muitos governos brasileiros).
Creio que todos apelaríamos sem vacilar para a última opção, entregando nossas vidas e dos nossos entes queridos nas mãos de nossa Força defensiva.
Você tem portas, cadeados e grades para proteger a sua casa, mas não podemos gradear, cercar e chavear um país inteiro. Nesse caso, nossas portas, chaves e cadeados são justamente as Forças Armadas, como força dissuasiva.
Seu direito soberano de ir e vir em seu país é garantido, em última análise, não pelas leis que te asseguram isso, mas pelas Forças Armadas, constantemente em alerta para defender o seu direito de levar a vida como bem entende, protegendo e dissuadindo qualquer invasão destrutiva em grande escala por parte de outro país.
À noite você dorme tranquilo porque, muitas vezes também de noite, homens e mulheres estão treinando no mato, no pântano e na floresta, para garantir o seu sono.
Por certo que a sociedade dos militares tem, como uma sociedade reduzida, os defeitos comuns aos seres humanos – encontraremos uma parcela de abuso e talvez até de corrupção, e sabemos que todas as ditaduras, de direita, de esquerda, teocráticas etc. só se afirmaram porque tiveram os militares a seu lado. Isso é o suficiente para demonizar as Forças Armadas como instituição, principalmente se lembrarmos que foram igualmente os militares que garantiram a paz e a liberdade em diferentes períodos da história?
Tenho amigos nas Forças Armadas brasileiras e estão entre as pessoas mais honestas, patriotas e dedicadas que conheço. Amam o país (talvez mais do que a maioria de nós...) e apesar de treinarem dia e noite para nos proteger, não gozam de um salário decente e, infelizmente, do respeito que merecem. Além disso, são obrigados a encarar o sucateamento progressivo das três Armas.
Enquanto não atingirmos planetariamente um estado de paz irreversível, as Forças Armadas serão necessárias. Pensar o contrário é iludir-se.
A guerra é triste e engendra abusos cruéis de todos os lados, mas nem quero pensar no que teria sido do mundo se os Aliados não tivessem conseguido parar Hitler e o Eixo, conquanto não concorde com a solução nuclear em cima do Japão.
Nota final: fico feliz de ver o efetivo feminino aumentando nas três Forças brasileiras. Nossas mulheres guerreiras já demonstraram que nada devem aos seus colegas masculinos em bravura e competência. E, cá entre nós, deixaram as Forças Armadas bem mais bonitas...
*Artigo extraído da página do Facebook do autor
https://www.facebook.com/jamilsa.junior?fref=ts