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para:
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data:
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11 de outubro de 2013 01:13
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assunto:
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A vontade e o medo
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enviado por:
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Senhor Editor,
eis um novo texto, A vontade e o medo, para sua publicação.
Obrigado
Joao Bosco Leal
A vontade e o medo
Quando
somos crianças e estamos aprendendo a andar, os medos são menores,
praticamente inexistentes, por não conhecermos a dor, mas à medida que
vamos tomando conhecimento de suas possibilidades e intensidades, os
medos começam a se acumular em nossas mentes.
Colocar
o dedo em uma tomada pode provocar choque; em um ventilador em
movimento, a quebra de um dedo; cair e bater com o rosto no chão pode
causar um corte que necessite de pontos cirúrgicos ou até a quebra de um
dente.
Todas
essas situações provocam dor e ao mesmo tempo, por menores que sejam os
ensinamentos delas retirados, nos deixarão mais atentos para o resto de
nossas vidas. Porém, ao passar por essas experiências, algumas pessoas
adquirem medo das possibilidades, o que poderá atrapalhar muitas
atividades.
A
maioria dos medos - apesar de para quem os possui serem incontroláveis
-, foram adquiridos na infância, por pequenas experiências mal
sucedidas, que causaram dor ou por histórias que lhes contaram com o
exato propósito de assustá-las.
Outros
são transtornos psicológicos - como a claustrofobia -, quando a pessoa
não consegue permanecer em ambientes fechados com pouca circulação de
ar, como nos elevadores, ônibus, metrôs e trens lotados ou salas
fechadas, por exemplo.
Estatisticamente,
os cinco meios de transporte mais seguros que existem, por ordem de
segurança são: elevador, avião, metrô, helicóptero e navio. Atualmente,
entretanto, o carro é eleito como o principal meio de transporte na
grande maioria dos países, e entre as incontáveis pessoas que os
utilizam, milhares - não só os claustrofóbicos -, têm medo de
elevadores, o que - de acordo com os números -, não deveria ocorrer.
Independentemente
do motivo, os diversos tipos de medos podem prejudicar, inibir ou até
mesmo impedir muitas atividades - profissionais ou emocionais -, da vida
de milhares de pessoas. Quantos, por medo de desafinar e serem motivos
de risos, já deixaram de experimentar cantar e poderiam, com algum
estudo e prática, terem se tornado excelentes cantores? Tocar algum
instrumento musical deixou de ser sequer tentado por milhões de pessoas
durante os séculos, simplesmente porque as próprias ficavam inibidas em
testar suas aptidões.
Por
insegurança, medo da recusa ou de se tornar motivo de chacota de quem
delas soubesse, infinitas aproximações, abordagens e declarações de amor
entre casais deixaram de ocorrer, pois são raros os que atingem
maturidade suficiente para declarar seu amor publicamente, sem se
importar com o que farão ou pensarão aqueles que, por serem
emocionalmente fracassados, certamente deles procurarão rir.
A
sociedade em que vivemos cobra demasiadamente - e desde a infância -, o
sucesso em todas as áreas, motivo pelo qual durante a vida deixamos de
fazer ou de tomar muitas atitudes, por medo de errar, pois somos criados
de modo à sempre vencer, no judô, na natação, nas notas da escola, nos
negócios, e assim temos dificuldades em aceitar tropeços e quedas, o que
é um exagero.
Cair
não significa permanecer no chão. Quem cai certamente se levantará e
provavelmente terá menos chances futuras de tomar outro tombo. No
aprendizado da vida, o que ainda não errou tem mais chances de errar que
o que já aprendeu com aquele erro.
Acertar ou errar são consequências, mas nossos medos precisam ser substituídos por nossas vontades.
Joao Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista e empresário
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