segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Poucos são os que sabem pensar – Ângela Maria La Sala Batà









Poucos são os que sabem pensar.


Tal declaração pode parecer demasiado pessimista, o que na realidade não é, pois o que nos impede o pensamento é a própria vida moderna, com sua atividade incessante, sua extroversão excessiva e seu ritmo agitado, passamos de um estado de extroversão e atividade, voltados para o mundo físico, a um estado de tranqüilidade semelhante a uma condição de sonho e ausência de pensamento durante o qual, com o pretexto de que estamos cansados e temos necessidade repouso, procuramos nos distrair com divertimentos ou leituras superficiais.

Muito poucos são os que amam o pensamento, a leitura, o estudo, a reflexão e que usam sua mente e utilizam suas faculdades mentais.

Voltando, portanto, ao argumento, as maiores impurezas mentais são devidas às influências emotivas instintivas, pois não sabemos desenredar a mente daquilo que a entrava, para torná-la dinâmica, viva e eficiente.

Se reconhecermos sinceramente, com uma auto-análise, que temos uma mente ainda kama-manásica[1], e se só conseguirmos pensar com esforço e fadiga, devemos tentar desenvolver aos poucos o aparelhamento mental, ou melhor, utiliza-lo mais, pois a mente se desenvolve com o uso; è preciso tratar de ler, de estudar, pelo menos uma hra por dia, um livro que estimule nosso mecanismo de pensar e que nos faça refletir. É preciso cultivar o recolhimento, a solidão, pelo menos durante um certo espaço de tempo, todos os dias.

Só na solidão aprende-se a pensar.

Na realidade, nesta fase kama-manásica, trata-se de fortalecer e ativas a mente, ainda mais do que purifica-la, visto que, ao tornar-se mais positiva e eficiente, ela saberá libertar-se das névoas da emoção e dos vínculos do instinto.






[1] Kama-manásica: (“mente do desejo”, em sânscrito) desejo mesclado com a mente, na maioria dos casos o desejo dominando a mente.



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