É grande a rejeição que o MST vem
encontrando por parte dos trabalhadores rurais, quando se trata de doutriná-los
para formar o “exército de Stédile” (na expressão de Lula), com vistas a
produzir levantes em favor da revolução social marxista.
Nem mesmo os ventos fortemente
soprados de Roma em favor do líder do MST foram capazes de arrastar nossos
meritórios e sagazes homens do campo. Sempre há os oportunistas, à procura de
obter vantagens, mas deixar-se levar por sectarismos anticapitalistas é outra
questão bem diferente.
Na procura de alternativas para
esse impasse, a esquerda tem lançado com “bombos y platillos” —
como dizem pitorescamente nossos vizinhos hispano-americanos — ou seja, com
grande estardalhaço, uma espécie de MST urbano, visando criar nas cidades a
agitação que não encontra eco no campo.
O novo factoide atende pela sigla
MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e, como seu símile interiorano, não
quer ter personalidade jurídica. Assim, ele pode mais facilmente receber dos
governos, através de associações interpostas, os milhões de reais que enchem
suas arcas, sem necessidade de prestar contas a ninguém.
Seu líder máximo, tirado de um
dia para outro da cartola e elevado pela propaganda midiática do anonimato aos
galarins da publicidade, chama-se Guilherme Boulos.
A respeito desse conjunto
artificial, mas perigoso pelos apoios de que goza em altas esferas
eclesiásticas e leigas, o diário “O Estado de S. Paulo” apresenta, em editorial
de 2 de dezembro último, alguns dados interessantes que vale a pena considerar.
*
* *
Desde que o PT chegou ao governo
federal, o poder público vem financiando “movimentos sociais”, sempre prontos
para tumultuar o cotidiano dos brasileiros e o funcionamento das instituições.
Nascido no fim dos anos 1990 a
partir das fileiras do MST, o MTST visa “formar militantes e acumular
forças no sentido de construir uma nova sociedade”, segundo o site da
organização.
Só a Associação de
Moradores do Acampamento Esperança de Um Novo Milênio, vinculada ao MTST,
recebeu mais de R$ 81 milhões do “Programa Minha Casa, Minha Vida — Entidades”
no estado de São Paulo, o equivalente a quase cinco vezes mais que a segunda
colocada entre as entidades beneficiadas pelo programa federal. Na lista
aparece ainda o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra Leste 1, com
repasses de quase R$ 8 milhões.
Trata-se, pois, de um movimento “obviamente
financiado pelo Estado para solapar e, se possível, derrubar os alicerces
democráticos desse mesmo Estado”, diz o editorial. Ora, não cabe ao Estado,
com o dinheiro dos impostos, “financiar movimentos que atuam fora da
lei”.
O MTST prega, por exemplo, a “luta
contra o capital e o Estado que representa os interesses capitalistas” e
diz abertamente que uma de suas formas prediletas de atuação é o bloqueio de
rodovias.
O que tem esse bloqueio a ver com
proporcionar teto a quem não o possui? Absolutamente nada. Mas tem muito a ver
com a revolução marxista mundial. E o MTST não o esconde: “Ao bloquearmos
uma via importante estamos gerando um imenso prejuízo aos capitalistas. [...]
Imaginem todas as principais vias paradas! E paradas não por horas, mas por
dias! Conseguiríamos impor uma grande derrota ao capital e avançar na
transformação que queremos. Este é um grande objetivo do MTST”.
O movimento de Boulos acrescentou
a suas formas de atuação, também a invasão de escolas, tendo coordenado algumas
das invasões de escolas estaduais ocorridas em dezembro último.
Se tivermos em vista os apoios
eclesiásticos e civis em prol da constituição de uma rede de movimentos ditos
“sociais” — MTST, MST, Excluídos, CIMI (junto aos índios) etc. — todos
empenhados em doutrinar a população pobre, a fim de engajá-la na revolução
social anticatólica, compreenderemos melhor para onde querem que rume o Brasil.
(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e
colaborador da ABIM
Fonte: Agência
Boa Imprensa – (ABIM)
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