domingo, 31 de julho de 2011

O QUE FHC VAI DIZER AOS PAIS SOBRE A LIBERAÇÃO DAS DROGAS?

terça-feira, 31 de maio de 2011


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FHC está na busca de um discurso, qualquer que seja o discurso.


Durante a campanha presidencial do ano passado, muita besteira fundamentalista foi dita, inclusive sobre a questão do aborto. Questão essa que valia só para Dilma claro. Dilma que nunca fez aborto. Mas para Serra, cuja esposa já fez aborto de um filho seu, o discurso não valia. Serra fez cara de paisagem e quando descobriram seu segredo, disse como justificativa um tímido "ops".



Prudentemente durante aquela campanha, esconderam do grande público a questão das drogas, que FHC quer liberar. Já faz uns dois anos que ele corre o mundo com sua cantilena. Me causou muita estranheza, sendo ele o homem que é, tão estudioso e coerente como diz ser, tão antenado com os ideais da elite brasileira, que não veiculassem uma só besteira do que Don Fernando andava pregando pelo planeta.


Sim, porque ele vestiu por aí afora, a camisa do liberou geral. Mas é ou não é a suprema hipocrisia? Geraldo Alckmin, o narigudo que "governa" São Paulo mandou descer o sarrafo nos manifestantes pró liberação da maconha. Na outra ponta, FHC diz que tem que liberar, mesmo. Ambos são do mesmo defunto partido. O PSDB não se entende. É um partideco em extinção.


Cada um quer um discurso. Cada um quer aparecer na mídia por alguma coisa bombástica.



O que FHC e seus lacaios vão dizer aos evangélicos e aos católicos, cujas bandeiras sempre foram contra as drogas? Porque sim, durante a campanha, se apegaram à religião de uma maneira desproporcionalmente fervorosa. Serra frequentava os cultos se dizendo contra os homossexuais, mas ía na passeata gay e pedia os votos deles nas últimas eleições. Será que era tudo só pra ganhar o pleito e depois dar uma banana para o eleitor como foi feito em algumas oportunidades anteriores?
Talvez.


O que FHC e seus lacaios vão dizer às mães e aos pais desse país, que sofrem com os filhos entrando para o caminho das drogas? Veja bem, Don Fernando ao invés de propor políticas públicas para o efetivo combate ao tráfico, quer que o Brasil vire a Holanda, vendendo drogas em praça pública, sob a supervisão do Estado.



Deveria ter levado em conta que a própria Holanda começa a repensar suas atitudes numa época em que Amsterdã é inundada por turistas, no afã de consumir drogas sem serem importunados pelas autoridades. Lá estão restringindo cada vez mais e irá assim, até a volta da proibição do consumo.


Ora, segundo a Wikipédia, a Holanda tem pouco mais de 16 milhões de pessoas como habitantes. Só o Estado de São Paulo tem mais do que isso. No Brasil cabem quase quinze holandas. Como FHC pretende fiscalizar toda uma caterva de usuários? O que ele pretende, implantar centros de consumo nas capitais? Ele pretende ampliar o já combalido sistema de saúde brasileiro para atender mais e mais dependentes sem retirá-los do consumo?


Acabar com o tráfico não pode ser o único argumento para a liberação das drogas. É preciso acabar com o consumo. Acabando o consumo se extingue também o traficante, automaticamente e por consequência.



Se a questão é descriminalizar, como FHC diz, deveria ler a lei penal. Ela já fala que o usuário não recebe punição se a Justiça não o considerar traficante.


A questão do cigarro, apesar de droga lícita, nos dá alguns ensinamentos. Depois da proibição da propaganda, da conscientização e da política de abandono do fumo, muita gente deixou o vício. Hoje o número de ex-fumantes no Brasil é maior do que o número de fumantes ativos.


Pela lógica torta de FHC, o cigarro deveria ser liberado em toda sua plenitude. O viciado que se dane, ao invés de ser informado e convencido a parar.


Estas questões relevantes não são discutidas seriamente no panfleto hipócrita distribuído pelo ex-Presidente sedento por uma manchete de jornal.


Minha pergunta volta à tona. O que FHC pretende dizer aos pais e mães desse Brasil sobre sua brilhante idéia? No filme que ele lançou, há uma ode à liberação. Mas não aparece ninguém defendendo o lado contrário. Muito democrático, da parte dele.


Curioso é que a "grande imprensa" não lhe fará perguntas incômodas a respeito deste assunto, nem sobre qualquer outro. Tudo não passará de umas tímidas notas perdidas nos cantos dos informativos.


Fonte: Anais Políticos – Clique aqui para conferir

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