segunda-feira, 30 de maio de 2011
A Novilíngua do Partidão e o domínio do Big Brother
quinta-feira, 26 de maio de 2011
kit gay
26/05/2011
às 6h17m
A Rainha Muda, a matemática homoafetiva, a idiotia politicamente correta e os cadáveres da imprensa
Por Reinaldo Azevedo
Um dos grandes dramas do Brasil hoje em dia é que os ignorantes patrulham os oportunistas. A presidente Dilma Rousseff suspendeu ontem o tal “kit anti-homofobia” que seria exibido nas escolas — se aquilo era “anti” alguma coisa, era anti-heterossexual; tratava-se de proselitismo gay. Escrevi aqui que Dilma pode ter feito por maus motivos o que deveria ter feito por bons. O que quis dizer com isso? O material era de uma impressionante vigarice intelectual, moral, técnica e matemática. Até aí, tudo bem para o Planalto! A Rainha Muda não havia movido uma palha!
Quando a bancada cristã ameaçou chamar Antonio Palocci para o palco, então a presidente se mexeu e descobriu, ora vejam!, que o tal kit era inadequado e entrava na seara das famílias. Desconheço país do mundo que exiba filmes em sala de aula que tenham o objetivo de alertar os alunos heterossexuais para a possibilidade de que eles podem estar perdendo a oportunidade de “ficar” com indivíduos do mesmo sexo. Isso, obviamente, é assédio moral. Mas não é ainda o limite. Abaixo do fundo do poço, há um alçapão.
Divulgados os vídeos — eu já havia publicado um deles aqui, sobre o rapaz que se chama “Bianca” —, assisti a outro, intitulado justamente “Probabilidades”. Escrevi um post a respeito. Conta a história de Leonardo, que descobriu que gostava de meninas e… meninos. Certo! Aí, relata o filme, “foi copiando a lição de probabilidade que Leonardo teve um estalo (…), gostando dos dois, a probabilidade de encontrar alguém por quem sentisse atração era quase 50% maior. Tinha duas vezes mais chance de encontrar alguém (…)!” Evidenciei o óbvio: trata-se de uma bobagem matemática dupla. Se Leonardo passou a se interessar por todos os bípedes sem pêlos e penas — os tais humanos —, e não apenas pelas fêmeas da espécie, dado que antes só fazia a sua coleta em 50% dos indivíduos, a probabilidade é 100% maior, não 50%; ele não tem duas vezes mais chance, mas uma — já que a primeira sempre esteve dada.
É um troço elementar. Eu não sei se a economista Dilma Rousseff, ainda que destituída de seu falso doutorado, percebeu a falcatrua matemática ao ter vetado o vídeo. O que me causa espanto é que não vi o erro apontado nos sites dos grandes jornais — não havia uma miserável linha a respeito. E a razão é simples. O erro não foi percebido pelo MEC, o erro não foi percebido pelos especialistas, o erro não foi percebido pelos jornalistas. Uma vez denunciado, como foi aqui (este blog teve ontem 98.627 visitas, e vocês sabem como funciona a rede; os posts se multiplicam porque reproduzidos por outros páginas), fizeram de conta que nada tinha acontecido, que a bobagem não estava lá, que o material era bom pra chuchu e só foi vetado porque Dilma cedeu aos dinossauros cristãos para tentar salvar a pele de Palocci.
Sim, ela, o PT e mais um bando de gente — sobretudo um bando de gente! — está tentando salvar a pele de Palocci, mas não só por intermédio da suspensão do kit gayzista, não é mesmo? O fato de que tenha recorrido também a esse expediente é uma evidência a mais do desespero, mas não torna aceitável ou respeitável o material. É um lixo pedagógico! É um lixo didático! É um lixo matemático!
Setores da imprensa estão indignados! E daí que a matemática homoafetiva seja diferente daquela matemática habitualmente usada par tocar a vida, presente nas pontes, nos prédios, nas calculadores, nas contas em geral? Que se dane! A escola é o lugar em que a gente tem de aprender “cidadania” e “justiça social”!!! Porque esses são dois conceitos respeitáveis, sem dúvida, então eles podem substituir todo o resto. O Ministério da Educação pode torrar alguns milhões oferecendo uma matemática troncha à patuléia — desde, obviamente, que se o faça por bons propósitos. A canalha considera que a causa da igualdade pode suportar uma língua errada, uma matemática errada, uma ciência errada.
Os alunos pobres podem, sim, ser ignorantes. O importante é que sejam “justos” e pratiquem a igualdade. Dilma suspendeu o material por oportunismo, sem dúvida, mas está sendo patrulhada pelos estúpidos. Ontem, um dos portais trazia a Natalie Lamour do Congresso, Jean Willys (PSOL-RJ), conclamando os gays a não votar mais na petista. O ex-BBB teve pouco mais de 16 mil votos e só está na Câmara porque Chico Alencar foi o seu Tiririca…
Politicamente incorreto
Alguns colunistas condenados ao oblívio pelos leitores — em razão da falta do que dizer — esforçam-se para voltar ao debate atacando “essas pessoas politicamente incorretas” que andam aí pela imprensa — um deles ficou a um passo de soletrar meu nome quando defendi a ação da PM contra os maconheiros que fechavam a Paulista, mas não o fez.
Pois é… O que se entende por politicamente incorreto? Saber matemática? Apontar a picaretagem teórica dos vídeos homoafetivos do MEC? Acusar o estado de estar invadindo a esfera privada das famílias? Demonstrar o primarismo do roteiro, do texto e dos conceitos das FÁBULAS ESTATAIS que querem levar às crianças e aos adolescentes? Denunciar um verdadeiro trabalho de molestamento da maioria sob o pretexto de proteger a minoria?
Uma imprensa que se conforma com o fato de que o MEC exiba em sala de aula um filme oficial com um erro grotesco de conceito matemático, mas supostamente aceitável porque ancorado na correção política, é uma IMPRENSA MORTA! Parou de cumprir a sua função e está se comportando como militante política. Uma imprensa que propaga uma mentira estúpida — como a afirmação de que o suposto desmatamento no Mato Grosso teria sido provocado pelos debates sobre o novo Código Florestal — é igualmente uma IMPRENSA MORTA. Perdeu o seu compromisso com a verdade.
Não me preocupa — e acho que isso explica, em parte ao menos, o sucesso do blog — se minha opinião é politicamente correta ou incorreta; não preciso pedir licença a nenhum aiatolá para escrever. Já defendi algumas vezes, por exemplo, a união civil de homossexuais. Eu me oponho, aí sim, a que o Supremo ignore a Constituição para realizar esse propósito. Eu me oponho a que o Estado assuma o lugar das famílias. Eu me oponho a que se violem a lógica e a matemática para fazer “justiça”. Eu me oponho a que as aulas de “igualdade” tomem o lugar da aritmética e da língua portuguesa. Isso não é ser politicamente incorreto. Isso é não ser politicamente estúpido.
Dilma vetou o filme para salvar o couro de Palocci? É só mais uma manifestação da República dos Companheiros. A sua decisão, comprometida pelo oportunismo, não torna aceitável a porcaria que Fernando Haddad preparou para ser exibida nas escolas. Aplaudo a decisão em si. E censuro a Rainha Muda por ter deixado essa estupidez ir tão longe.
Tags: Governo Dilma, kit gay, Politicamente correto
Fonte: veja.abril.com.br – Blog do Reinaldo Azevedo – Clique aqui para conferir
quarta-feira, 25 de maio de 2011
CNJ inicia debate sobre demarcações de terras indígenas
Conselho Nacional de Justiça faz hoje, às 14h, audiência com comunidade indígena e proprietários rurais
Marcos Santos
DOURADOS - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inicia hoje, às 14h, no salão de eventos da Unigran, o seminário “Questões Fundiárias em Dourados”, que pretende discutir a questão da demarcação de terras indígenas em todo o Mato Grosso do Sul. A programação começa às 14h com a audiência pública “Comunidade Indígena e Proprietários Rurais”. Apesar de ser voltado para membros dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo que atuam nessa área, bem como organizações da sociedade civil que tenham interesse no assunto, o seminário pretende encontrar soluções jurídicas para a questão indígena no Estado.
"CORREGEDORA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA VIRÁ A DOURADOS NESTA QUINTA"
O ponto alto da programação acontece amanhã, às 10h, quando a Corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, faz a abertura oficial do evento e participa da palestra “A situação dos Guaranis e a Demarcação de Terras em Dourados”. No período da tarde, às 14h30, será proferida a palestra “A indenização pela terra nua: uma solução?”, que será seguida por debates em torno da questão indígena.
A questão agrária em Mato Grosso do Sul, que já era tensa desde que grupos indígenas influenciados por ONGs passaram a invadir terras particulares, se agravou em 2008 quando a Fundação Nacional do Índio (Funai) editou as portarias 788, 789, 790, 791, 792 e 793 autorizando estudos antropológicos em 26 municípios. Na época, como as regras não eram claras, falava-se em demarcar cerca de 10 milhões de hectares de cidades que respondem por 60,94% de todo produção de soja, por 70,12% da produção de milho, por 53,76% do cultivo de arroz e por 50,94% do feijão de Mato Grosso do Sul. Milhares de produtores rurais chegaram a tomar as ruas de Dourados num gigantesco protesto contra a demarcação.
Para o deputado estadual Zé Teixeira, as portarias da Funai contrariam todo esforço do governo federal para reduzir o impacto dos alimentos na inflação que voltou a assombrar o Brasil. “Em resumo, a Funai está trabalhando para tirar o alimento que chega na mesa do brasileiro e ainda não sabemos como o Palácio do Planalto pretende lidar com esta questão em tempos de inflação em alta”, argumenta o deputado. “Ninguém entende, por exemplo, que justificativa o Ministério da Justiça encontrará para violar o direito de propriedade que é assegurado pela Constituição Federal, já que nos 26 municípios na mira da Funai não existe uma única terra sem o título definitivo emitido pelo próprio governo”, conclui.
Usando um estudo realizado pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (Agraer), Zé Teixeira enfatiza que os 26 municípios envolvidos pelas portarias da Funai respondem por mais de 50% de toda safra de cana-de-açúcar do Estado; por 38,15% de toda produção de mandioca; e por 26,82% do milho de segunda safra. “Vão acabar com a economia de Amambai, Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista, Bonito, Caarapó, Caracol, Coronel Sapucaia, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Iguatemi, Japorã, Jardim, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Mundo Novo, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, Sete Quedas, Tacuru e Vicentina”, alerta o deputado.
Os 26 municípios que estão sendo alvo das vistorias da Funai respondem por 43,50% do número de propriedades rurais com lavouras temporárias e reúne 55,57% de toda área agricultável do Estado. “Gostaria de saber como o que a Funai vai fazer para continuar alimentando o Mato Grosso do Sul e grande parte do País se estas terras forem demarcadas”, desabafa.
Além disto, prossegue o deputado, são nestes municípios que se concentram 44,20% de toda produção avícola de Mato Grosso do Sul; 33,54% da suinocultura; 32,68% da ovinocultura e 27,33% da bovinocultura. “São números que revelam a importância das 26 cidades para a economia de todo Mato Grosso do Sul e alterar este cenário poderia gerar prejuízos gigantescos para os próprios índios que vivem nas aldeias destas cidades”, finaliza.
Fonte: O Progresso – Clique aqui para conferir