sexta-feira, 6 de maio de 2011

Armas e o direito individual

5 de maio de 2011

Bene Barbosa (*)

O direito individual, ou seja, a negação do Estado como gestor da vida privada, é, sem dúvidas, um dos principais pilares do pensamento conservador, sob o prisma do qual o “bem comum” imposto ao cidadão, em detrimento do bem individual, se torna uma das piores formas de se promover o mal e quase sempre se revela o caminho mais curto para ditaduras.


Em seu livro “What Is Capitalism”, Ayn Rand define magistralmente esta questão:


“Quando, numa sociedade, o “bem comum” é considerado algo à parte e acima do bem individual de cada um de seus membros, isso significa que o bem de alguns homens tem precedência sobre o bem de outros, que são relegados, então, à condição de animais prontos para o sacrifício.”


Esta tem sido a lógica desarmamentista: o bem coletivo não pode ser prejudicado pelo direito individual de possuir e portar armas. A ideia de que o desarmamento ajuda a proteger a coletividade tem sido imposta no Brasil há mais de uma década. Uma ideia falsa, baseada exclusivamente em números fantasiosos, em verdadeiros mitos criados e repetidos à exaustão, como verdades absolutas, que tentam fazer acreditar que o cidadão não tem capacidade de escolher o que é pior, ou melhor, para si e para sua família.


Podemos rapidamente classificar aqueles que querem o controle total das armas e o próprio desarmamento apenas em dois grupos.


O primeiro grupo seria formado pelos inocentes úteis, que são aqueles que se deixam influenciar pelo discurso fácil do desarmamento, pela verdadeira “demonização” da arma de fogo, como se tivesse ela o poder para corromper a alma de qualquer ser vivente.


O segundo grupo é realmente o que representa todo o mal que se esconde por trás do desarmamento e do controle de armas: são aqueles que, guiados pela ambição do poder, valem-se dos poderosos instrumentos pseudo estatísticos para subjugar a sociedade.


Não há como escapar da discussão ideológica quando se fala de desarmamento.


De forma geral, enquanto os conservadores são favoráveis ao direito de possuir e portar armas, a esquerda é totalmente contrária. Veja-se: a esquerda não é contrária às armas, uma vez que sabe muito bem que seus intentos podem ser conseguidos através do poder das armas; assim foi na revolução de 1917 na Rússia, assim foi em Cuba, com a implantação da ditadura Castrista, e em diversas outras ocasiões que a História registra. Mesmo aqui, no Brasil, não foram poucos os esquerdistas que pegaram em armas para lutar contra o governo militar. Anos depois, são estes mesmos que querem impedir o acesso da população às armas, intento que nem mesmo a “ditadura militar” pretendeu impor ao Povo Brasileiro.


A questão das armas, ou melhor, do direito de possuir e portar armas de fogo, coloca a esquerda e a direita, liberais e conservadores, em posições opostas, simplesmente por afetar os alicerces de ambas as ideologias.


Enquanto a esquerda tende a produzir um super-aparelhamento do Estado, em uma proximidade perigosa com o Fascismo – cujo lema é “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado (Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato) -, colocando-o, inclusive, como intervencionista na vida privada do cidadão, a essência da ideologia conservadora não aceita isso; reconhece a importância do Estado, porém faz sérias ressalvas ao seu poder.


Abrir mão do direito de possuir e portar armas de fogo é transferir ao Estado a responsabilidade total da defesa de sua vida, da vida de seus entes queridos, de seu patrimônio e de suas propriedades.


O cidadão pode não ter uma arma, pode não querer ter uma arma, mas não deve jamais abrir mão do direito de fazer tal opção. Mostra a História que o direito que se vai dificilmente volta.


(*) Bene Barbosa - Consultor de segurança pública e privada. Presidente do Movimento Viva Brasil.


Publicado por: Instituto Millenium


Matéria transcrita do site do João Bosco Leal – Confira-a clicando aqui

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